Estudo diz que vegetarianos são mais propensos à depressão? Entenda!

Estudos recentes apontaram que o vegetarianismo e a depressão possuem ligações. Confira aqui quais são elas.

Um novo estudo revela que vegetarianos têm duas vezes mais chances de possuírem depressão em detrimento dos não vegetarianos. Embora a nutrição possa se relacionar aos sintomas de depressão, pesquisadores responsáveis pelo estudo enfatizam que fatores sociais e aborrecimento acerca do tratamento que animais recebem na sociedade também contribuem para esse quadro.

Esse estudo baseia-se em dados de pesquisas aplicadas no Brasil, sintetizando informações de estudos anteriores. Neles, cientistas encontraram maiores taxas de depressão entre pessoas que abandonaram o consumo de carne e adotaram um estilo de vida vegetariano. Em vista disso, esse novo estudo sugere que esse vínculo não está ligado diretamente à questão nutricional. Por outro lado, porém, ele possui forte ligação com o modo como vegetarianos enxergam o mundo e a exploração animal.

O que explica a ligação entre vegetarianismo e depressão?

Inicialmente, é importante destacar que estar deprimido possivelmente faz com que os sujeitos tornem-se mais propensos a serem vegetarianos, e não o contrário. Isso porque sintomas depressivos podem incluir a persistência em pensamentos negativos, bem como a sensação de culpa por fazer parte do mercado consumidor de carne.

Tanto pessoas deprimidas como não deprimidas são igualmente propensas a perceberem a realidade perturbadora dos matadouros. Porém, é possível afirmar que as pessoas deprimidas também estão mais suscetíveis a se  sensibilizarem sobre essas percepções, podendo se sentir culpadas por fazerem parte da indústria de exploração animal.

Desse modo, uma pessoa deprimida, em casos como estes, não está necessariamente errada em pensar dessa maneira. A depressão, na maior parte dos casos, fundamenta-se em percepções negativas acerca da realidade. Porém, pessoas com depressões leves estão mais propensas a fazer julgamentos realistas sobre o resultado de determinados eventos e seu próprio papel nessas questões sensíveis.

Assim, de fato há um cruel tratamento de animais na produção de carne. E isso é realmente causado pela demanda dos consumidores por carnes mais baratas. A dieta vegetariana, portanto, não necessariamente associa-se à depressão por falta de um determinado nutriente, mas, sim, por fatores inerentes a essa concepção de vida.

Por exemplo, a adoção de uma dieta vegetariana pode afetar diretamente o modo como os sujeitos se relacionam com os demais envolvidos em seu núcleo de atividades sociais, algo muitas vezes ligado a provocações ou outras formas de ostracismo social.

Na realidade, é possível afirmar que nem o vegetarianismo, nem a depressão causem um ao outro, mas ambos se encontram associados a um terceiro fator. Pode-se dizer, portanto, que existem algumas características ou experiências ligadas tanto à depressão quanto ao vegetarianismo. Como exemplo, está o fato de as mulheres serem mais suscetíveis a se tornarem vegetarianas e a sofrerem quadros depressivos.

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O que o estudo não abordou?

Existe uma variável que o estudo não explorou, mas que, plausivelmente, liga-se ao vegetarianismo e à depressão: a exposição a imagens violentas da indústria da carne. A razão pela qual essa ideologia existe é o modo como a indústria da carne trata os animais.

Um dos fatores que podemos afirmar é que, com certeza, não é a causa da depressão entre os vegetarianos, é a ligação com a falta de consumo de um determinado nutriente. Essa hipótese já foi descartada. Por isso, é preciso mais estudos para tentar entender as nuances que giram em torno das novas possibilidades de resposta para essa ligação, como a exploração pela indústria da carne, as ramificações sociais, as interações entre os indivíduos, etc.

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