Os gatos siameses chamam a nossa atenção por conta de sua elegância e comportamento, mas a verdade é que um dos aspectos mais curiosos dessa raça é a transformação de sua coloração ao longo do tempo. Você já se perguntou por que os gatos siameses mudam de cor à medida que crescem? A explicação para esse fenômeno está na combinação de fatores genéticos e influências ambientais que delineiam essa característica especial.
O mistério por trás da cor dos gatos siameses
Ao nascerem, os filhotes de siamês apresentam uma pelagem predominantemente clara, quase branca. No entanto, conforme crescem, algumas áreas do corpo começam a escurecer gradativamente, principalmente nas extremidades como orelhas, patas, rabo e focinho. Esse processo, inclusive, não acontece de maneira aleatória; ele segue um padrão determinado por fatores biológicos e ambientais.
O escurecimento das extremidades é um fenômeno associado à temperatura corporal. Assim, regiões mais quentes do corpo do gato tendem a permanecer claras, enquanto as áreas mais frias desenvolvem tons mais escuros com o tempo. Esse efeito confere aos siameses sua aparência característica, que, como já mencionamos, pode variar conforme as condições climáticas e o ambiente em que vivem.
A ciência da coloração nos gatos
A chave para essa transformação está no gene “cs” (gene do Himalaia), que afeta a produção de melanina, pigmento que dá cor à pelagem. Acontece que sua ação é inibida por temperaturas mais elevadas, de modo que a melanina se manifesta apenas em regiões mais frias do corpo.
O efeito disso na cor da pelagem dos gatos ao longo da vida é o seguinte:
- Nos primeiros dias de vida, os filhotes de siamês permanecem no útero materno, onde a temperatura é uniforme e elevada. Isso inibe a ação do gene “cs” em todas as partes do corpo, resultando em uma pelagem clara ao nascimento.
- À medida que o gato cresce e interage com o ambiente externo, ocorre um resfriamento gradual em certas áreas, permitindo que a melanina seja depositada nessas regiões e criando os característicos pontos escuros da raça.
A temperatura é o fator determinante
A influência da temperatura sobre a coloração dos siameses pode ser observada em diferentes contextos. Em climas mais frios, por exemplo, esses gatos tendem a desenvolver tonalidades mais escuras, já que a regulação térmica do corpo favorece a pigmentação em uma área maior. Já em ambientes quentes, a pelagem tende a ser mais clara, pois a ação do gene “cs” continua impedindo a produção de melanina em boa parte do corpo.
Outro fator que vale a pena mencionar é que se uma região do corpo do siamês sofrer um ferimento ou for submetida a temperaturas mais baixas por um período prolongado, a pelagem nessa área pode escurecer temporariamente. É mais um exemplo claro da influência direta da temperatura na expressão da coloração.
A evolução da pelagem ao longo da vida e outros fatores de influência
Como já explicamos, o processo de escurecimento da pelagem dos gatos siameses não ocorre de forma instantânea. Geralmente, as primeiras mudanças passam a ser perceptíveis após o primeiro mês de vida, e a tonalidade final pode levar de seis meses a um ano para se estabelecer completamente. Contudo, variações individuais influenciadas pela genética e pelo ambiente podem fazer com que esse período se prolongue ou se manifeste de maneira distinta em cada animal.
Além da genética e da temperatura, fatores como idade e saúde também podem impactar a cor da pelagem dos siameses. Gatos mais velhos, por exemplo, tendem a escurecer ainda mais com o passar dos anos, devido à diminuição da temperatura corporal média e às alterações metabólicas naturais do envelhecimento.