Se você é uma pessoa que acredita que escolher um vinho em um restaurante durante um jantar fino é intimidante, imagine o quão desafiador esse processo é para um sommelier de companhias aéreas, ainda mais quando enfrenta o processo de seleção de vinhos para satisfazer os paladares rebuscados dos passageiros exigentes que transitam nas classes premium dessas companhias.
Você deve estar se perguntando por que isso é tão difícil para ele, certo? Portanto, continue lendo para entender o melhor.
Inicialmente, é importante destacar que até mesmo para os sommeliers mais experientes e os especialistas em vinho esse é um processo difícil. Isso porque os vinhos podem possuir um sabor completamente diferente quando estão dentro de um avião.
Mas por que o vinho possui um sabor diferente ao estar dentro de um avião?
De acordo com alguns especialistas, o ar dentro de uma aeronave em voo é significativamente mais seco do que o ar que estamos acostumados a ter contato ao nível do solo. Isso resume o modo como o próprio sistema de filtragem de um avião funciona, por exemplo. Desse modo, engenheiros projetaram esses sistemas para puxar o ar que está fora do avião para dentro, fazendo-o circular pela cabine.
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Sabe-se que o ar é menos úmido em altitude. Logo, o ar que está dentro da cabine gradativamente perde a sua umidade. Por exemplo, em geral, humanos sentem-se confortáveis em uma atmosfera que contém de 30 a 65% de umidade. Enquanto isso, o ar da cabine da aeronave está perto de 20 a 30% de umidade.
Mas o que isso tem a ver com o vinho no avião? Em suma, o ar seco pode impactar diretamente no corpo humano. Assim, ele pode deixar a pele seca, os olhos pegajosos ou até mesmo os lábios rachados durante um longo voo. Portanto, a falta de umidade também pode afetar a nossa capacidade de sentir o sabor e o olfato. Ou seja, afetam-se ambos sentidos que usamos para fazer todo o processo de apreciação do vinho.
Ainda, de acordo com alguns especialistas, as papilas gustativas são responsáveis por detectar o sabor, enquanto o aroma é processado quando vapores viajam por meio dos nossos seios da face para chegar até o epitélio olfativo, registrando o olfato. Desse modo, como tanto o sabor quanto o aroma ficam fora de sincronia em voos longos, sendo muito mais difícil distinguir as nuances de um vinho. E é aí que se encontra a dificuldade dos sommeliers.
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Como reverter essa situação?
Em suma, para acertar em suas decisões, os especialistas costumam selecionar os vinhos no nível do solo, mas provam as bebidas em altitude antes de colocá-las na carta de vinhos que estão sendo comercializados no avião. Segundo relatos de alguns sommeliers de vinho das companhias aéreas, ao experimentar um vinho em um voo, essa bebida possui um sabor sempre mais ácido.
Deste modo, para compensar essa questão, os especialistas encarregados de fazer a seleção dos vinhos que serão consumidos em aviões geralmente procuram os rótulos que não são ácidos, como os frutados, possuindo baixos níveis de tanino. Para aqueles que não sabem, os taninos são substâncias das uvas responsáveis por determinar o quão seco é um vinho.