Este tipo de sonho na infância está associado à demência na idade adulta

Pesadelos na infância aumentam o risco de desenvolvimento de doenças cognitivas

Os sonhos são uma parte intrínseca da nossa existência, mas já pensou se esses sonhos pudessem servir como um indicador de doenças futuras? Um novo estudo publicado no The Lancet aponta que a natureza dos nossos sonhos na infância pode estar relacionada à nossa saúde mental na idade adulta, possibilitando a detecção precoce da demência. Portanot, conheça mais sobre o estudo.

Pesadelos frequentes na infância aumentam o risco de demência

Os sonhos desempenham um papel importante na saúde das pessoas. Isso porque é durante o sono que o cérebro consolida a memória e processa as emoções. Além disso, estudos sugerem que a natureza dos sonhos pode estar relacionada à saúde física do cérebro.

O estudo realizado pelo neurologista Abidemi Otaiku, investigou a associação entre sonhos angustiantes na infância e o risco de desenvolver alguma deficiência cognitiva ou Parkinson aos 50 anos.

As análises foram realizadas a partir de um extenso estudo que iniciou em 1958, no qual pesquisadores da Universidade de Birmingham monitoraram a trajetória de vida de 6.991 indivíduos desde o nascimento até atingirem os 50 anos em 2008.

Quando as crianças tinham 7 e 11 anos de idade, as mães foram questionadas se tinham pesadelos ou terrores noturnos. Então, ao fim do estudo, 267 indivíduos foram diagnosticados com alguma deficiência cognitiva ou Parkinson aos 50 anos de idade.

Por fim, o resultado da investigação mostrou que em comparação com crianças que as mães não relataram pesadelos, as crianças que tinham pesadelos persistentes apresentaram 76% mais chances de desenvolver uma deficiência cognitiva e eram 7x mais propensas a ter Parkinson aos 50  anos.

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Qual a relação entre pesadelos e doenças cognitivas?

Otaiku, autor do estudo, possui três hipóteses para a associação. A primeira é de que se trata de uma manifestação precoce resultante da neurodegeneração de regiões frontais do cérebro. Essas regioões regulam as emoções durante o sono REM – quando ocorrem os sonhos.

A segunda hipótese é a existência de fatores genéticos que predispõem os indivíduos as duas coisas: sonhos angustiantes e ao desenvolvimento de Parkinson e demência. Outros estudos já demonstraram que ter pesadelos é frequentemente uma característica herdada.

Por fim, a última hipótese é de que a associação entre pesadelos na infância e desenvolvimento de doenças cognitivas seja causal. Isso ocorre porque pesadelos são muitas vezes associados a problemas de sono e estresse, ambos são fatores de risco conhecidos para a demência.

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