Por que os maias abandonaram suas incríveis cidades? Descubra os motivos!

Responsável por edifícios desafiadores para a época, a civilização entrou inexplicavelmente em colapso .

A civilização maia é, sem dúvidas, uma das mais impressionantes de toda a história. Celebrada pela arquitetura, expressões artísticas, conhecimentos astronômicos e matemáticos, além de técnicas de agricultura, construiu cidades expressivas que, de repente, desapareceram! Mais e aí, por que os maias abandonaram suas incríveis cidades? 

A verdade é que o desaparecimento dos maias é um dos maiores mistérios da história. Afinal, como explicar o colapso de uma civilização que atingiu dois milhões de pessoas? O fato é que, quando os espanhóis alcançaram a América Central, em 1517, justamente na intenção de derrotá-los, boa parte dos maias já havia simplesmente desaparecido.

Mesmo que o povo maia tenha resistido a uma série de intempéries, inclusive ao domínio europeu, o poder político e econômico que ergueu pirâmides incríveis simplesmente sumiu. O que nos restou foi a dúvida de por que os maias abandonaram suas cidades, uma vez que pareciam ter força suficiente para perpetuá-las pelo tempo? 

Quando surgiram os maias?

Registros dão conta de que a construção das primeiras cidades maias começou no primeiro milênio antes de Cristo. Porém, o auge da civilização se deu em 600 d.C, mais ou menos. Escavações mostram expressivas concentrações em Belize, Guatemala e na parte sul da Península de Yucatán, no México. 

A principal marca dos maias é a imponência de suas construções, principalmente as pirâmides, cujas ruínas permanecem escondidas entre as florestas tropicais. Mas, também merecem destaque a cultura refletida pela escrita única dos Hieróglifos Maias, arte e artesanato, bem como o conhecimento em matemática e astronomia. 

Prova disso é a forma como levantaram templos e pirâmides impecavelmente alinhados com o movimento dos astros. Sem falar na agricultura, cujas técnicas favoreceram colheitas abundantes, especialmente na Idade Clássica, compreendida entre 250 e 800 d.C. Um legado, sem dúvidas, impressionante. 

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Como os maias desapareceram? Por que abandonaram suas cidades?

Por que os maias, uma civilização notavelmente sofisticada, de repente desmoronou? Ninguém sabe exatamente porque os maias abandonaram suas cidades. O que se conhece, a princípio, é que o começo do fim se deu aproximadamente em 850 d.C, ou seja, pouco mais de dois séculos após seu apogeu. 

Embora o povo maia nunca tenha desaparecido completamente (seus descendentes ainda vivem na América Central), dezenas de áreas urbanas centrais passaram de cidades movimentadas a ruínas abandonadas ao longo de cem anos. Ou seja, os maias foram, gradualmente, abandonando suas magníficas cidades, restando algumas resistências aqui e ali. 

Um declínio que não permite consenso entre os mais experientes pesquisadores. Estudiosos e leigos propuseram inúmeras teorias que explicam o colapso, desde o plausível (caça excessiva, invasão estrangeira, revolta camponesa) ao absurdo (invasão alienígena, forças sobrenaturais).

Deixando a loucura de lado, a única impressão em comum é de que todo o colapso de uma civilização tão impressionante não resulta de uma causa só, mas de várias. Inicialmente, acreditou-se em guerras civis, invasões e colapso das rotas comerciais, como bem explica uma recente reportagem da BBC.   

Porém, nada melhor que a ciência e pesquisa para trazer luz às trevas do conhecimento! Dados obtidos pela análise climática ao longo do tempo levam a crer que os maias foram, na verdade, afetados por severas mudanças ambientais. Lembra do boom na agricultura registrado na Idade Clássica?  

Pois é, além das técnicas, os maias foram favorecidos pela abundância de chuvas, algo que os arqueólogos identificaram em pesquisas realizadas nas cavernas. Porém, a mesma região foi assolada por uma seca de quase um século que começou ali pelo ano de 820. E qual a relação entre o colapso e o endurecimento das condições climáticas?  

A seca e desaparecimento dos maias

Embora os estudos não encerrem o mistério secular, há indícios de que as cidades maias, apesar de sua imponência, começaram a ser abandonadas entre 850 e 925 d.C. Ou seja, exatamente o período da grande seca. Só que aí, vem o problema em resolver a incógnita: nem todas as cidades maias realmente sumiram com a seca! 

A bem da verdade, as cidades afetadas pelas condições severas ficavam ao sul do império, mais precisamente, onde hoje estão Belize e Guatemala. Porém, as comunidades localizadas ao norte deram um baile na seca, resistiram a ela e, mais ainda, se desenvolveram! Para se ter uma ideia, a imponente Chichen Itza ficava lá. 

Mas, vamos com calma porque as civilizações do norte também sofreram um bocado com a seca do século IX. Algumas, de fato, deram uma encolhida, mas cidades como Chichen Itza resistiram bem e seguiram até o século X. Aí, veio o segundo declínio apontado para o povo maia, após as chuvas voltarem. 

Entre os anos 1.000 e 1.075 d.C, construções e gravações em pedra caíram drasticamente. E sabe por quê? Porque veio outra grande seca, ainda mais dura, que assolou a região no século XI. As cidades do sul sucumbiram à estiagem do século IX, mas a maioria daquelas situadas ao norte não resistiu à tragédia climática do século XI.

A exceção, talvez, seja Mayapan, que ainda sobreviveu e cresceu até o século XV. E onde está a relação entre a seca e o desaparecimento dos maias? Talvez, na agricultura, uma vez que a escassez de alimentou acarretou desintegração social e, consequentemente, o enfraquecimento político e econômico. 

Porém, a seca não foi a única culpada por os maias terem abandonado suas cidades. Apontam-se também como causa os conflitos internos, agravados pela escassez de alimentos.

O talento contra o clima

Todo mundo sabe que os maias eram exímios arquitetos. Contudo, todo esse talento pode ter contribuído também com sua ruína. Diante da escassez de alimentos e a necessidade de alimentar milhões, eles saíram construindo canais para fertilizar grandes áreas, além de derrubar florestas para construir templos, casas e plantar. 

E aí, a gente sabe o resultado, né? Quanto menos árvores, maior a propensão a ser afetado pela seca! Outra consequência provável foi o crescimento populacional acelerado que não foi acompanhado pela oferta de alimentos.

O que aconteceu com os maias?

Ok, mas e aí, todo mundo morreu? Não! A partir de 1.050 d.C, quem sobreviveu à seca foi para o litoral caribenho ou regiões interiores com oferta de água. Em suma, cidades maias movimentadas como Tikal, na atual Guatemala, e Chichen Itza, no México, foram provavelmente abandonadas pela combinação de desmatamento e seca.

O que é mais intrigante sobre porque os maias abandonaram suas cidades é que tal colapso aconteceu após seu apogeu, quando a civilização demonstrou conhecimento sobre seu ambiente e sobrevivência. Mas, ainda assim, continuaram desmatando em ritmo acelerado, até que chegou o ponto da insustentabilidade. 

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