Pesquisadores usam sinal de WiFi para enxergar através de paredes; saiba mais!
Apesar de ser uma solução inicialmente de baixo custo, o sinal de WiFi para monitoramento interno ainda levanta questões de privacidade
A vigilância interna é importante para proteger pessoas vulneráveis, como idosos que vivem sozinhos. Esses sistemas podem, por exemplo, detectar quando eles caem ou não se movem, além de identificar possíveis intrusos. Porém, as imagens por câmeras vêm sendo substituídas pelo sinal de WiFi para monitoramento interno.
Inicialmente, as câmeras de vigilância são mais caras, além de despertar questões relacionadas à privacidade. Ademais, nem sempre as imagens são nítidas o suficiente para enxergar o que se passa nos cômodos com segurança. Sendo assim, uma alternativa seria adotar uma maneira não visual de monitorar os ambientes.
Contudo, esse tipo de sistema também é caro, razão pela qual comumente não se usa nas residências. É aí que surge o sinal de WiFi usado para monitoramento interno. Como isso funciona? E a invasão de privacidade?
Como funciona o sinal de WiFi para monitoramento?
Pesquisadores da Carnegie Mellon University, em Pittsburgh, encontraram uma maneira de monitorar o movimento humano em ambientes internos usando sinais WiFi para monitoramento. Para isso, treinaram uma rede neural que usa os sinais para reconhecer posições específicas de uma pessoa no ambiente.
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Na prática, o sistema consiste na emissão dos sinais de rádio de baixa potência que codificam dados usando uma série de protocolos. Porém, o que importa mesmo é a proporção entre as ondas do sinal transmitido e a recebida. Isso depende, sobretudo, da distância entre antenas de transmissão e recepção, e objetos que possam interferir no sinal.
Considerando que a maioria dos transmissores WiFi comercializados possuem três antenas, analisa-se os sinais de três transmissores e receptores. A equipe, então, “limpa” os sinais de WiFi para monitoramento e os combinam para produzir um mapa bidimensional semelhante a uma imagem.
Ou seja, a imagem captura a pose de um ser humano, mas não é uma visualização que o olho humano possa entender facilmente. Por isso, foi necessário treinar uma rede neural para reconhecer estas poses.
Em suma, o sistema consegue detectar a pose de humanos em uma sala com base apenas nos sinais WiFi que passam pelo ambiente. Não é perfeito, no entanto, pois ainda falha em detectar detalhes como membros. Além disso, ainda precisa ser treinado a cada mudança de ambiente.
E a invasão de privacidade?
Embora o sinal de WiFi para monitoramento seja promissor, levanta questões importantes. Uma delas se refere, principalmente, à privacidade. Você, sem dúvidas, já deve ter captado o sinal de WiFi do seu vizinho, certo? A pessoa, com certeza, também deve captar o seu. E se isso for usado com más intenções?
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Só para ilustrar o porque dessa preocupação, nos Estados Unidos, é alto o roubo de veículos de alto valor pela identificação dos chaveiros mantidos em ambientes fechados. Em muitos carros, esses controles remotos são ativados à distância por qualquer pessoa com o equipamento de rádio apropriado, que pode então roubar o veículo.
Inegavelmente, assim como o sistema que usa WiFi para monitoramento surgiu, também aparecem soluções para prever esse tipo de violação. Por exemplo, aparelhos similares às Gaiolas de Faraday, que bloqueiam a passagem dos sinais de rádio.
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