Como apagar memórias ruins do cérebro? A ciência responde!
A neurociência está buscando formas de apagar lembranças traumáticas.
É possível acumular inúmeras lembranças, boas e ruins, durante a vida. Porém, quando um acontecimento traumático ocorre, cria-se uma memória de medo que pode perdurar por toda a vida e ter um efeito debilitante. Essas lembranças ruins são a base de vários problemas, desde o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) até as fobias. Por isso, neurocientistas buscam formas de apagar memórias traumáticas.
Por que guardamos memórias ruins com facilidade?
O motivo por trás da permanência de memórias indesejadas são as emoções associadas a esse tipo de recordação. As lembranças que estão fortemente ligadas às emoções são classificadas como prioridade pelo cérebro, sendo facilmente armazenadas e acessadas por nós.
O quadro se complica quando se trata de experiências profundamente traumáticas: o cérebro tende a armazenar essas memórias sem processá-las adequadamente, como um mecanismo de defesa. Porém, gatilhos e situações repentinas podem fazer com que essas memórias reapareçam de forma esmagadora, deixando sequelas psicológicas.
Avanços científicos para apagar memórias negativas
Felizmente, pesquisas da neurociência apontam para avanços promissores nos métodos de apagamento de memórias traumáticas.
Luz na manutenção da lembrança
A luz pode ser um elemento eficaz na manutenção da memória. Isso porque cientistas descobriram, por meio de estudos em animais, que a luz degrada proteínas presentes em células nervosas. A ideia é remover essas proteínas e enfraquecer as ligações no cérebro criadas pelo trauma, apagando assim a própria memória ruim.
Outra investigação relacionando o efeito da luz à manutenção da memória, dessa vez utilizando moscas, demonstrou que, quando mantidas no escuro, as moscas esquecem eventos traumáticos. Isso ocorre porque a luz age como um modulador das funções cerebrais, incluindo a memória.
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Sono com efeito reverso através do som
As memórias adquiridas durante o dia são transformadas em memórias de curto e longo prazo enquanto dormimos. Nesse sentido, a fase REM do sono é essencial para a consolidação da memória — processo de preservação de memórias-chave e eliminação de informação excessiva.
O objetivo dos estudiosos é induzir um efeito reverso durante o sono: em vez de o cérebro consolidar a memória traumática, ele iria removê-la, através de estímulos sonoros escolhidos pelos pesquisadores. Esses estudos ainda estão em fases iniciais, mas são promissores para o desenvolvimento de terapias.
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Hidrocortisona para esquecer memórias
Pesquisadores da UCL (University College London) investigaram o efeito da hidrocortisona — droga anti-inflamatória — no esquecimento de memórias traumáticas. O medicamento provocou efeitos variados em homens e mulheres, em razão dos diferentes níveis de estrogênio. Mas, de maneira geral, a hidrocortisona foi eficaz em induzir o esquecimento de memórias ruins quando administrada logo após o evento traumático ou antes de dormir, evitando a consolidação dessas memórias.
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