Estudo descobre o gene da ansiedade e como desativá-lo

Pesquisadores identificam mecanismo no cérebro relacionado ao transtorno de ansiedade, criando possibilidade de novos remédios que funcionem melhor

Pesquisadores identificam mecanismo no cérebro associado ao transtorno de ansiedade, abrindo caminho para novos medicamentos mais eficazes. Saiba mais sobre o Gene da Ansiedade!

Novas abordagens no tratamento de distúrbios mentais

O transtorno de ansiedade atinge cerca de um quarto da população em algum momento de suas vidas, causando sintomas debilitantes como transtorno de estresse pós-traumático e ataques de pânico.

Infelizmente, os tratamentos disponíveis atualmente têm sua eficácia limitada, deixando ao menos 60% dos pacientes sem alívio significativo. Compreender os mecanismos moleculares por trás da ansiedade é essencial para o desenvolvimento de terapias mais eficazes.

Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores de universidades renomadas do Reino Unido revelou pistas valiosas que podem transformar o tratamento da ansiedade.

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Analisando o estudo

Para investigar a ligação entre os genes e a ansiedade, os pesquisadores submeteram ratos de laboratório a seis horas de estresse, seguido pela análise de suas amígdalas cerebrais.

Foi descoberto que cinco microRNAs, moléculas envolvidas na regulação genética, estavam presentes em níveis elevados nos ratos estressados em comparação com os normais. Essas mesmas moléculas são encontradas no cérebro humano.

Dentre esses microRNAs, o miR-483-5p apresentou a concentração mais alta nas amígdalas. Após testes, os pesquisadores observaram que esse microRNA estava relacionado a um gene específico chamado Pgap2, que desempenha um papel crucial nos episódios de ansiedade.

Surpreendentemente, os níveis elevados de miR-483-5p inibiram a expressão do gene Pgap2, resultando em níveis reduzidos de ansiedade. Os pesquisadores identificaram o miR-483-5p como um “freio molecular” capaz de controlar a atividade da amígdala relacionada à ansiedade.

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Relevância prática e futuras perspectivas

Valentina Mosiensko, uma das autoras e professora da Universidade de Bristol, ressaltou que o estresse pode desencadear diversas condições neuropsiquiátricas, influenciadas por fatores ambientais e genéticos.

Embora nosso cérebro tenha mecanismos naturais de adaptação ao estresse, experiências traumáticas intensas ou prolongadas podem romper esses mecanismos, favorecendo o desenvolvimento de depressão e ansiedade.

A descoberta da relação entre miR-483-5p/Pgap2 abre novas possibilidades para o desenvolvimento de terapias direcionadas ao tratamento da ansiedade em um contexto neuropsíquico complexo.

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